O 5G no Brasil vai atrasar. De novo

Apresentada como o futuro da internet, a tecnologia 5G tem arrancada suspiros e atiçado a curiosidade dos amantes do universo tech, além daqueles que não entendem dele tanto assim.

Prometendo conexões com ultravelocidade, baixa latência e inovações capazes de transformar nossa rotina em um capítulo da série dos Jetsons, o 5G já é realidade em diversos países, mas no Brasil a chegada da tecnologia está atrasada. E vai demorar mais ainda.

Isso porque o leilão do 5G, que deveria acontecer em julho deste ano, vai demorar muito mais do que poderíamos imaginar. E por que isso está acontecendo? Vamos te explicar logo abaixo.

Edital questionado

O edital do leilão do 5G (documento onde constam as exigências para a implementação da tecnologia no país), foi aprovado no início desse ano pela Anatel, a agência reguladora de telecomunicações brasileira debaixo de uma série de críticas.

Exigência consideradas absurdas, como a construção de uma rede privativa para o governo federal, que não se conectasse com nossa rede comum de internet, fez as empresas que instalarão a tecnologia 5G no país chiarem. Sem contar os rumores em torno de um veto ou não da participação dos chineses na implantação do 5G.

Com tudo isso, o Tribunal de Contas da União, órgão que avalia contratos desse porte, como é o da implementação do 5G no Brasil, indicou pontos do edital aprovado que geraram dúvidas e pediu esclarecimentos.

Essas respostas foram enviadas ao órgão, que ainda não se deu por satisfeito com as respostas recebidas e paralisou a avaliação do edital. Exatamente o que você ouviu: o documento está parado, a espera de uma resposta do órgão.

Sem o aval (ou o ok) do TCU, o edital do 5G não anda. Enquanto isso, continuamos com nossa internet 4G (ou menos), locais com frequência ruim e outros totalmente desprovidos de internet.

Pontos da discórdia

Conforme contamos, a ideia de as teles construírem uma rede privativa para o governo caiu muito mal, inclusive entre os auditores do TCU, que não acharam uma boa ideia que as empresas privadas paguem por algo que elas não poderão usufruir depois, já que o sistema seria utilizado inteiramente pelo governo.

Outro ponto que gerou bastante desconfiança foi o programa que obriga à instalação de redes de fibra óptica em boa parte da região amazônica, ação realizada também pelas empresas privadas que estariam implementando o 5G em nosso país.

Além disso, as faixas de frequência (ou rodovias em uma estrada, por onde o sinal circula), que estão sendo oferecidas também despertaram várias dúvidas, já que algumas conflitam com tecnologias que estão sendo utilizadas atualmente, como a comunicação via satélite.

Por essas e outras nossa entrada no universo do 5G deve demorar um pouco mais que o previsto para acontecer, mas será um caminho sem volta. A promessa é de que a tecnologia integre o país, acabando por completo com o apagão tecnológico.

Nosso país pode não se tornar um episódio dos Jetsons, mas só de saber que o celular vai funcionar em qualquer lugar já será um alívio e tanto.