The Night Of, a série da HBO que não teve atenção merecida

A série foi lançada a cinco anos atrás, e ainda é impressionante como não causou toda a repercussão que merecia. Com uma narrativa que prende qualquer espectador, The Night Of consegue ainda se posicionar em crítica contra questões sociais ignoradas por muitos.

Enredo

A série já começa com acontecimentos inacreditáveis. É aquele famoso protagonista que consegue cometer um erro atrás do outro, e constrói toda uma ideia de incerteza na mente do espectador.

A narrativa é construída a partir de Nasir Khan, um jovem muçulmano que escolhe um dia para fazer todo o tipo de decisões erradas. A primeira delas, é pegar, escondido, o táxi do pai para ir a uma balada com seus amigos. Nada dá certo, Nasir roda a cidade inteira atrás do lugar combinado, dispensando pessoas que entram no Táxi, ao longo de todo o caminho, até que, uma linda mulher entra e o mulçumano não a dispensa, pelo contrário, ele a leva para todos os lugares que ela deseja ir, os dois conversam, e sem pensar em mais nada, decidem ter uma noite inesquecível, juntos (e bota inesquecível nisso). Drogas, sexo, mais drogas, mais sexo, sexo selvagem, jogos perigosos com faca, drogas e um apagão.

E esse apagão não deixa somente Nasir no escuro sobre os acontecimentos, como o espectador. Tudo o que sabemos é que o jovem acorda, sobe as escadas, e se separa com uma cena de crime horrenda, e a arma do crime? Está com ele.

A partir daí, Nasir, que não se lembra de nada, em menção de fugir começa a construir mais provas contra si. É sem exagero, um erro após o outro.

Graças a isso a polícia não faz seu trabalho, e já escolhe o seu culpado. É uma série que deixa de ser sobre investigação, para falar sobre julgamentos e pré-julgamentos. Tanto que seu advogado pé de chinelo John Stone começa a ser um belo oponente para disputa de: quem é o protagonista da série?

Porque assistir a série The Night Of

A série consegue superar as expectativas de forma surpreendente quando coloca dúvidas na cabeça do espectador. Chega um momento em que tomamos raiva do protagonista, e a certeza sobre a culpa do personagem começa a se tornar mais presente.

Mais do que tudo, é uma crítica, sobre casos que acontecem, semelhantes a esse, ano após ano. A polícia simplesmente não fez o seu trabalho, ela escolheu o seu culpado. E a série, consegue captar muito bem a forma como os seres humanos conseguem se colocar em posição de juízes contra alguém, quando nós mesmos, nos colocamos a julga-lo a todo momento.

Ao fim, a série deixa claro que não existe um fim bonito, aquele que vai agradar a todos. É um final que retrata a verdade, de vidas que foram tiradas, e vidas que foram destruídas, e mesmo assim, consegue ser a melhor opção para encerrar a série, sem enfeites, rodeios ou firulas; é simplesmente, algo real.